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O que é que os cientistas destacam para 2016?

05-01-2016

TECNOLOGIA: “Espero que haja um enfoque na investigação que nos permita criar e gerar riqueza”

Elvira Fortunato, diretora do Centro de Investigação de Materiais (Cenimat), da Faculdade de Ciências da Universidade Nova de Lisboa

“Em termos científicos espero que 2016 traga novos avanços sustentados em várias áreas, como:

Energia: ir além da sequestração de dióxido de carbono (CO2) para uma efetiva utilização do CO2 como matéria-prima, para podermos assim fechar o anel de sustentabilidade, que tanto ambicionamos, e assim contribuir para uma diminuição do aquecimento global.

Alimentação: promover formas interativas autossustentadas de funções inteligentes nas embalagens, que nos permitam controlar em tempo real a qualidade dos alimentos e, dessa forma, diminuir drasticamente os desperdícios atualmente gerados pelo método de amostragem, que se baseiam em códigos de barras.

Água: criar formas de controlo e distribuição de água através de protocolos de eficiência de utilização/reutilização de água e sua purificação recorrendo, por exemplo, às nanotecnologias, de forma a garantir sustentabilidade deste ecossistema vital para a humanidade.

Saúde: utilizar plataformas multifuncionais inteligentes capazes promoverem a deteção e despistagem de doenças, situação muito importante atualmente, especialmente quando associada aos fluxos de migrantes.

Em termos nacionais, espero que haja um enfoque na investigação que nos permita criar e gerar riqueza – além do conhecimento -, que contribua efetivamente para dar mais conforto e bem-estar aos nossos cidadãos. Para isso, espero que tudo isto seja acompanhado por umamaior estabilidade e consistência do sistema científico, a nível de projetos e bolsas de doutoramento/pós-doutoramento.

Espero também que o excesso de burocracia a que estamos sujeitos seja simplificado, com uma maior responsabilização atribuída aos investigadores, em termos de gerarem ideias ou inovarem. Assim,desejo que exista um diálogo proativo e efetivo entre o Ministério das Finanças e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e que se possa fazer o balanço dos investimentos realizados, de forma a consolidarmos uma estratégia nacional de futuro, que passará inevitavelmente por um alinhamento com as políticas europeias de Ciência e Tecnologia.”

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